quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

GAVIÃO DE CAUDA CURTA




Gavião-de-cauda-curta

O gavião-de-cauda-curta é um accipitriforme da família Accipitridae.
Seu nome significa: do (grego) buteo = abutre, urubu; e do (grego) brakhus = curto, curta; e ouros, oura com cauda, cauda. ⇒ Abutre de cauda curta ou “gavião” de cauda curta.
Os nomes populares da espécie em português, inglês e espanhol traduzem literalmente o significado do nome científico. A denominação brachyurus significa cauda curta; “brachy” (latim) é curto, achatado, enquanto que “uros” é cauda. Entretanto, esta espécie não tem a cauda significativamente menor em relação ao corpo, comparada com outras de seu gênero, e esta característica pouco ajuda na sua identificação em campo.

Características

Mede cerca de 35 a 45 centímetros de comprimento, sendo as fêmeas maiores que os machos.

O morfo claro tem as partes superiores e lados da cabeça pretos no adulto e pardos no imaturo, partes inferiores branco-puras; na plumagem de imaturos morfo claro, as partes inferiores são bem amareladas.
O morfo escuro tem plumagem escura, quase negra, com as secundárias mais escuras do que as primárias. Devido a essa característica, tem silhueta muito semelhante à do urubu-de-cabeca-preta (Coragyps atratus) em voo. Imaturos morfo escuro podem apresentar considerável variação na plumagem, que tanto pode ser sarapintada de branco, quanto completamente escura como nos adultos.
O padrão e quantidade de barras na cauda também é variável nas aves da Flórida - EUA, especialmente em imaturos, e existem evidências que o mesmo possa ocorrer no Brasil (Monsalvo, dados não-publicados). Além disso, os imaturos podem apresentar a cauda um pouco mais longa que a dos adultos.

Indivíduos com plumagem melânica

melanismo se consiste no aumento da produção de melanina, conferindo coloração mais escura ao indivíduo. Indivíduos melânicos se associam normalmente com outros indivíduos da mesma espécie, já que o melanismo não traz doenças associadas como o albinismo.
O caso dos rapinantes
No caso de algumas espécies de rapinantes, os indivíduos melânicos são chamados de indivíduos morfo escuro, fase escura, ou o termo em inglês “dark morph”. Nesse caso, a mutação não surge ao acaso, sendo que ela já está estabelecida. Numa mesma ninhada é possível haver indivíduos melânicos e não-melânicos. Os rapinantes “morfo escuro” apresentam essa coloração pelo resto da vida. O melanismo nesse caso dificulta a identificação das aves em campo, já que essas possuem uma coloração diferente da original e podem ser confundidas com outras espécies.

Alimentação

Embora estudos mais antigos mencionem uma dieta variada de reptéis, invertebrados, anfíbios e roedores, dados obtidos posteriormente confirmaram que a espécie é um predador especializado em aves, mostrando adaptações tanto morfológicas 

Hábitos

Habita campos com árvores, áreas florestadas permeadas de vegetação aberta e áreas urbanas. Normalmente é encontrado sozinho, ocasionalmente aos pares. Tende a passar despercebido devido ao fato de passar a maior parte do dia planando a grande altitude.

Diversos estudos tem demonstrado que esta espécie parece ser mais comum do que se supunha. Há ainda indícios que suas populações estejam aumentando devido à sua adaptabilidade a alterações antrópicas.
Em muitas regiões onde foram melhor estudados - na Argentina, nos EUA e no Brasil - o morfo escuro mostrou ser a forma mais comum. Paralelamente, observações de Meyer (2004) e Monsalvo (2012) sugerem que esta forma seria geneticamente dominante ao morfo claro. Essa possível predominância do morfo escuro poderia ser outra causa desta espécie passar despercebida, já que esses indivíduos facilmente são confundidos com um urubu-de-cabeca-preta (Coragyps atratus), com o qual costumam compartilhar as térmicas.quanto comportamentais para sua captura. Normalmente capturam pequenas aves dando voos rasantes na copa das árvores. Em regiões tropicais, entretanto, podem ter uma dieta um pouco mais diversificada, devido à maior disponibilidade de presas.

Reprodução

Há exibições aéreas do macho, acompanhadas de vocalizações. Nidificam no topo de árvores de 12 a 30 metros de altura. Os ovos são geralmente manchados, de cor muito variável. O período de incubação é de 32 a 39 dias. Embora haja freqüentemente dois ovos, muitas vezes desenvolve-se apenas um filhote. Ainda não se sabe precisamente quanto tempo os filhotes permanecem no ninho, mas o período gira em torno de 5 semanas.

Em São Paulo-SP foram acompanhados se reproduzindo em um parque urbano desde 2008 (Monsalvo, 2012). Esse fato, até então inédito, denota uma grande capacidade de adaptação dessa espécie à atividade humana. A partir da segunda semana de voo, o filhote recebia a presa em pleno ar. O pai (único responsável pela alimentação da família) parava no ar, vocalizando e mantendo a posição apenas com sutis movimentos das asas e cauda, com a presa nas garras. Quando o filhote se aproximava voando por baixo, o pai soltava a presa e o filhote a agarrava durante a queda. O filhote foi alimentado pelo menos até os 3 meses de idade, e só abandonou a área do ninho com 4 meses (Monsalvo, 2012). Aparentemente os filhotes ainda permanecem no território dos pais pelo menos até os 6 meses de idade, tornando-se adultos apenas com 2 ou 3 anos.

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