Peitica
Também conhecido como bem-te-vi-peitica, bem-te-vizinho, maria-é-dia e mosqueteiro-listrado. O peitica (Empidonomus varius) é uma ave passeriforme da família Tyrannidae. Vive nas matas ciliares, cerradões e matas secas. Coloniza áreas urbanizadas com boa arborização. Realiza migrações sazonais ao longo de sua distribuição, deslocando-se para latitudes mais baixas no inverno.
É de difícil identificação não só devido à sua semelhança com o bem-te-vi-pirata e com obem-te-vi-rajado, mas também por essas duas outras espécies ocorrerem mais ou menos nos mesmos ambientes que o peitica e muitas vezes migrarem para os mesmos locais nas mesmas épocas.
Segundo Gilberto Freire em “Casa Grande e Senzala”, algumas tribos indígenas do Brasil consideravam seu canto de mau agouro. Ao ouvir o canto da peitica, eles suspendiam as atividades e retornavam para suas malocas. Ainda hoje, no Nordeste, é comum ouvir-se a expressão “jogar peitica” significando “azarar”.
Características
Mede cerca de 18 centímetros. A plumagem, toda rajada de cinza escuro, lembra o bem-te-vi-rajado e o bem-te-vi-pirata. Seu tamanho é intermediário entre as duas espécies, tendo a cabeça e o bico mais proporcionais do que o bem-te-vi-rajado. Característica capaz de separá-la do bem-te-vi-pirata é o marrom avermelhado da base superior da cauda e os bordos da mesma cor das penas caudais.
Indivíduos com plumagem leucística
O que é leucismo?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
O leucismo é diferente do albinismo : os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.
Alimentação
Alimenta-se basicamente de insetos alados que apanha em vôos curtos a partir de um poleiro e também de pequenas frutinhas como as do tapiá, que apanha tentando pairar no ar como um beija-flor, sem pousar nos galhos.
Reprodução
Reproduz-se de outubro a fevereiro. O ninho é geralmente construído sobre um galho horizontal, feito de grama, gravetos e fibras dispostas em forma de uma tigela rasa. São postos 3 ou 4 ovos de cor creme. A incubação é feita pela fêmea e demora de 14 a 16 dias. O casal se reveza para alimentar os filhotes.
Hábitos
De hábitos migratórios, vive em bordas de matas, capoeiras, clareiras em florestas primárias, cerradões e outras formações com árvores de tamanho médio, mas não muito fechadas.
Seu canto é um chamado abafado, emitido em pousos tradicionais na copa. Também usados para caçar insetos em vôo, retornando para comer a presa nos poleiros.
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