Inhambu-anhangá
O inhambu-anhangá é uma ave tinamiforme da família Tinamidae. O inhambu-anhangá, ou chororão (Bahia), é também conhecido no Sudeste (ES e RJ) e no sul da Bahia por outros nomes populares, tais como: inhambu-codorna, chorão, inhambu-relógio, inhambu-onça, inhambu-saracuíra e relógio-de-boiadeiro. Em tupi, a palavra anhangá significa “fantasma” ou “diabo”. É um tinamídeo que também ocorre na Amazônia.
Características
Mede entre 28 e 30 cm. As aves das populações da Bahia ao Rio de Janeiro, tendem a ser maiores que as das populações amazônicas. Apresentam também vocalização um pouco diferenciada daquelas da Amazônia. Macho e fêmea possuem vocalizações diferentes. Praticamente não há dimorfismo sexual aparente.
Alimentação
Alimentam-se de sementes, vermes, insetos e pequenos frutos. Revolvem continuamente as folhas secas do solo, à procura de alimento vivo.
Reprodução
Possui uma estratégia reprodutiva peculiaríssima. Em prolongadas observações conduzidas pelo ornitólogo José Carlos Reis de Magalhães, constatou-se que a relação de sexos é de quatro machos para uma fêmea e o processo reprodutivo consiste, inicialmente, na definição territorial de uma fêmea que fica cantando insistentemente nesse território até atrair um macho que se aceito,com ela se acasala, entre setembro e dezembro. A fêmea bota um só ovo de cor rósea e sobre ele o macho imediatamente se deita para incubá-lo. A fêmea nada mais tem a ver com esse cenário, abandonando-o em seguida. Procura e se apropria de outro território, novamente anuncia sua presença e disposição para reproduzir, por repetidas vocalizações, atrai um segundo macho, com ele se acasala e copula, põe um ovo, que será chocado por esse segundo macho. O procedimento se repete com três ou quatro machos.
Os filhotes, ao nascerem são facilmente identificáveis quanto ao sexo, pois possuem detalhes de coloração distintos.
Hábitos
A presença de Crypturellus variegatus no Sudeste do Brasil, é um dos indicadores do fato da Floresta Amazônica haver se estendido para para Leste até contato com a Mata Atlântica, no passado, havendo posteriormente recuado com o surgimento do cerrado brasileiro, deixando nela uma população isolada desses tinamídeos; na qual os exemplares apresentam em geral um maior porte físico, comparativamente ao da população amazônica.
Habita o chão de florestas úmidas, capoeiras e clareiras com vegetação densa. É espécie típica de florestas primitivas, com certa tolerância a ambientes pouco alterados. Habita florestas de altitude moderada, 100-1,300m.
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